Gestão e Processos: como liderar diferentes gerações

Liderar diferentes gerações pode parecer complicado, mas na verdade é algo plenamente possível e necessário.

Afinal, a empresa é feita de pessoas – e nunca houve tanta diversidade geracional entre as pessoas, no mercado de trabalho, como há hoje.

Por isso em nosso artigo de hoje, refletiremos sobre o tema – e destaco algumas práticas para aprimorar a liderança em ambientes multigeracionais.

Acompanhe!

Gerações: relembre cada uma

Antes de mais nada, vale a pena relembrar quem são os nascidos de cada geração. Veja!

Baby Boomers

Nascidos entre 1945 e 1960, essa geração costuma ocupar cargos de gestão ou estão há muito tempo na empresa.

Como profissionais, a principal característica dos Boomers é o trabalho árduo e lealdade aos empregadores. Como consumidores, são exigentes e gostam de sentir que não desperdiçam seu dinheiro.

Geração X

Nascidos de 1961 a 1980 são profissionais que geralmente ocupam os cargos de liderança e têm espírito empreendedor.

Como profissionais, um traço muito marcante é a sede por conhecimento e aprendizado, com real oportunidade de crescimento. Como consumidores, valorizam qualidade e marcas reconhecidas.

Geração Y ou Millenials

Nascidos entre 1981 e 2000, os Millenials ou geração Y se dividem entre cargos de liderança, sêniores e plenos.

Como profissionais, são pessoas que se importam em adotar rotinas das quais gostem e se identifiquem – é importante que o trabalho seja satisfatório, em si. Como consumidores, procuram por marcas que sintam ter valores compatíveis com os seus.

Geração Z

Nascidos a partir do ano 2000, costumam ocupar os cargos de entrada nas empresas.

Como profissionais, a característica marcante é a praticidade e a separação entre vida profissional e pessoal. Destoando da geração Baby Boomer, não procuram fidelizar-se às empresas, mas ao propósito próprio.

Como consumidores, são ainda mais exigentes com as marcas no aspecto de valores e reputação.

Gerações no mercado de trabalho: distribuição

Atualmente, o mercado de trabalho tem ativas essas 4 gerações. De acordo com um levantamento divulgado na Época Negócios, a distribuição geracional dos profissionais está assim:

  • Baby Boomers: 16% (33 milhões)
  • Geração X: 26% (55 milhões)
  • Millennials: 34% (70 milhões)
  • Geração Z: 24: % (51 milhões)

Como podemos notar, há uma enorme diversidade geracional dentro da empresa. No tópico anterior, onde temos os principais hábitos e características de cada geração, não é difícil perceber o desafio.

Vamos falar mais sobre isso, a seguir.

Principal desafio das empresas com diferentes gerações

Enquanto a geração Baby Boomer é leal ao empregador e tem a valorização do trabalho árduo como hábito natural de quem veio do pós-guerra, a geração Z é prática e encara o trabalho como trabalho, sem interferência na vida pessoal.

E quanto de um lado a geração X procura o crescimento hoje para desfrutar da recompensa amanhã, a geração de Millenials deseja sentir o prazer profissional no presente.

Apesar dessas características serem um pouco limitantes e rotularem as pessoas, é comum que elas se apliquem na maioria dos profissionais.

E este é o principal desafio das empresas: a forma como cada geração lida com o trabalho.

Por isso, entender as diferenças geracionais é fundamental. E perceber como extrair dela o melhor em relação à sua percepção sobre o papel do trabalho na vida é o caminho para liderar com eficiência um time de diferentes idades e contextos.

Como liderar diferentes gerações: o que não fazer

Nesse sentido, o ponto de partida para liderar com eficiência as diferentes gerações é justamente compreender o que não se deve fazer. Veja algumas premissas.

Ver uma geração como melhor do que a outra

Atualmente, 68% dos líderes acham que a geração Z é a mais difícil de liderar, segundo pesquisa veiculada na CNN.

Pensando nas duas pontas geracionais, naturalmente que a forma de ver a vida dos nascidos a partir do ano 2000 é muito diferente da percepção que têm aqueles que nasceram após a segunda guerra.

E talvez esse seja o cerne da dificuldade – uma falha de comunicação ocasionada por contextos diferentes.

A verdade é que não há uma geração inferior ou superior. Todas podem contribuir com aquilo que têm: experiência, criatividade, lealdade, praticidade.  

Rotular indivíduos por causa da geração a qual pertencem

Outro erro comum em algumas lideranças é rotular o indivíduo como membro da geração – e portanto, um seguidor à risca da cartilha geracional a qual pertence.

Esse erro pode custar a descoberta de um grande talento.

Então, embora conhecer as principais características de uma geração seja importante para compreender padrões e desenvolver bases estratégicas gerais, o líder precisa prestar atenção na pessoa única por trás da idade.

Como liderar diferentes gerações: o que fazer

Agora, veja o que é necessário adotar dentro da empresa para liderar diferentes gerações de forma eficiente e colher o que há de melhor em cada grupo.

Crie processos internos

Não há nada mais eficiente, especialmente numa época fortemente multigeracional, do que processos internos.

Eles funcionam com uma linguagem universal falada e compreendida por todos, independentemente de idade, hábitos ou contextos.

Assim, crie os processos de execução de atividades, de entregas, de mensuração de resultados e de todas as rotinas do negócio. Liderar bem começa com a organização.

Desenvolva vias de comunicação

Outra solução importante para gerenciar diferentes gerações é a comunicação, que precisa funcionar como via de mão dupla e de maneira estruturada.

Na prática, significa criar canais que permitam aos profissionais de diferentes gerações o espaço para serem ouvidos. Assim, é possível compreender com clareza as necessidades – tanto numa visão global de cada grupo, quanto individual de cada profissional.

Reuniões 1:1, pesquisas internas e até mesmo canais de denúncia formam esse conjunto de vias.

Realize treinamentos de soft e hard skills

Por fim, uma forma de liderar melhor o time é por meio dos treinamentos. O próprio líder pode aplicá-los se tiver o conhecimento, ou, pode contar com especialistas em gestão para isso.

Nos treinamentos de hard skills é possível equalizar o conhecimento técnico de cada geração. E nos treinamentos de soft skills, as gerações são capacitadas para se comunicarem melhor entre si e com a liderança.

Liderar diferentes gerações torna-se uma tarefa muito mais assertiva – e por que não dizer, satisfatória e enriquecedora – quando as ferramentas certas de gestão estão devidamente implementadas na empresa.

Marcia Correa

Fundadora e consultora da Metha Consultoria