Por: Marcia Correa
A consultoria de gestão empresarial na área de segurança do trabalho tornou-se estratégica com a atualização da NR‑1. A norma agora exige a inclusão formal dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Se a sua empresa ainda age de forma reativa ou informal, é hora de mudar. Vamos falar sobre isso? Confira algumas orientações que preparei.
O que mudou: a nova NR-1 e os riscos psicossociais
A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR‑1) foi oficializada pela Portaria MTE nº 1.419 e define uma nova redação ao capítulo deGerenciamento de Riscos Ocupacionais.
Agora, foram inclusos os fatores de risco psicossociais no PGR e a vigência já começou em maio de 2025.
Isso significa que empresas devem identificar, avaliar, documentar e implementar ações de controle para fatores como estresse ocupacional, assédio, sobrecarga e falta de autonomia.
Esses riscos agora têm o mesmo nível de importância que os riscos físicos, químicos, biológicos ou ergonômicos.
O que as empresas precisam fazer com a nova NR-1
Com a nova redação da NR‑1, vigente desde maio de 2025 e com fiscalização plena prevista para maio de 2026, as empresas precisam agir de forma planejada para garantir conformidade.
O ponto central é a inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), como já ocorre com os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
Mas o que isso significa, na prática?
As empresas devem:
- Revisar o inventário de riscos ocupacionais, identificando e avaliando fatores psicossociais como sobrecarga de trabalho, jornadas extenuantes, assédio moral, falta de reconhecimento, baixa autonomia, metas inatingíveis e clima organizacional tóxico.
- Incluir medidas de prevenção e controle para esses fatores no plano de ação do PGR, com: prazos, responsáveis, indicadores e formas de acompanhamento.
- Estabelecer canais de escuta e denúncia eficazes, garantindo sigilo, independência e resposta estruturada às manifestações dos trabalhadores.
- Treinar lideranças, RH, CIPA e gestores para que compreendam o conceito de risco psicossocial, saibam como identificar sinais de alerta e estejam preparados para atuar com empatia, prevenção e responsabilização quando necessário.
- Atualizar documentos e registros (como o próprio PGR, políticas internas e manuais de conduta) para refletir a nova abordagem legal e preventiva.
Vale destacar que o cumprimento dessas ações não é opcional. É obrigatória.
O que acontece com empresas que não cumprirem a nova NR-1?
A ausência de medidas efetivas poderá resultar em autuações, multas administrativas, ações judiciais trabalhistas, interdições de áreas e, em casos graves, responsabilização da alta direção por omissão.
Por isso, o ideal é que as empresas tratem essa nova exigência não como uma obrigação burocrática, mas como uma oportunidade estratégica de fortalecer sua cultura organizacional, melhorar o bem-estar dos times e demonstrar responsabilidade social perante clientes, investidores e órgãos reguladores.
Benefícios reais ao adequar-se à NR-1 agora
As mudanças já estão valendo, mas as empresas têm até maio de 2026 para se adaptar. Ou seja: ainda há tempo do seu negócio se organizar e evitar problemas. Separei os benefícios de adaptar a empresa já.
- Conformidade legal, evitando multas maiores após maio 2026, quando a fiscalização passa a exigir evidências práticas.
- Redução de riscos de afastamentos por esgotamento e ações trabalhistas.
- Fortalecimento da imagem para critérios ESG, licitações e relacionamentos com investidores e clientes.
- Melhoria do clima organizacional e da percepção de bem-estar interno.
Consultoria de Gestão Empresarial para NR-1 é necessário?
Construir e implementar um programa completo conforme a nova NR‑1 exige conhecimento técnico multidisciplinar. Então uma Consultoria de Gestão Empresarial pode ser bastante produtivo e necessário.
Isso porque o serviço da Consultoria de Gestão ajuda a:
- Mapear riscos psicossociais com ferramentas validadas e participação efetiva de trabalhadores.
- Atualizar o PGR com inventários formais e indicadores como absenteísmo, turnover e denúncias.
- Capacitar lideranças e gestores para atuar com prevenção, escuta ativa e uso de canais de denúncia.
- Estabelecer governança e auditoria contínua na segurança e saúde no trabalho.
Qual o papel da Consultoria de Gestão Empresarial para NR-1 em cada etapa?
Cada projeto tem um foco e um desenho diferente, que depende das necessidades da empresa. Mas de modo geral, posso destacar que uma consultoria contribui com as etapas abaixo. Confira.
Diagnóstico e mapeamento
Por meio de entrevistas, questionários anônimos e observação o diagnóstico identificar fatores psicossociais relacionados ao trabalho – o que é uma exigência expressa do subitem 1.5.3.1.4 da NR‑1.
Planejamento do PGR
Aqui, os riscos psicológicos são incluídos no inventário oficial e definem-se as medidas preventivas e corretivas, responsáveis, cronogramas e mecanismos de participação dos trabalhadores.
Implementação de canal de denúncias
Essencial para detectar riscos invisíveis como assédio moral ou sobrecarga. Deve ser independente, confiável e alinhado à Lei 14.457/2022, promovendo cultura de transparência.
Comunicação e capacitação
Treinamentos específicos para CIPA, RH e líderes sobre os novos processos, prevenção e uso efetivo do canal, garantindo que práticas estejam vivas, não apenas documentadas.
Monitoramento e revisão
Por fim, acontecem as auditorias periódicas, revisões de KPI e ajustes no PGR.
Consultoria como investimento estratégico
Adequar-se à NR‑1 não é apenas cumprir uma obrigação: é reforçar a cultura de segurança, racionalizar processos e proteger o principal ativo da sua empresa: as pessoas.
O apoio de uma Consultoria Especializada torna essa transição mais rápida, sólida e orientada por resultados.
Marcia Correa
Fundadora da Metha Consultoria – Consultora em Gestão Estratégica e Governança em Empresas Familiares.