Por: Marcia Correa
Quando as empresas me procuram para soluções de sucessão empresarial, essa é uma das perguntas que costumo fazer para os diretores e fundadores.
Isso porque o papel da próxima geração é crucial – e confiando ou não, há solução.
Neste artigo, falaremos sobre isso. Acompanhe.
O papel da próxima geração na sucessão
Para preparar um bolo de chocolate clássico, você vai precisar de alguns ingredientes essenciais – farinha, fermento e chocolate, por exemplo.
E assim como na receita original de um quitute de sucesso há itens fundamentais, na receita do projeto de sucessão está a próxima geração.
Brinco dessa forma para dizer que não temos como escapar desse ponto de atenção se desejamos trabalhar a sucessão de forma eficiente. A próxima geração é uma peça fundamental da engrenagem que viabiliza a perenidade de um negócio.
Então, olhar para as diferenças, desafios e oportunidades geracionais é imprescindível. O que me leva ao próximo tópico.
Desafios e oportunidades geracionais
Enquanto as gerações mais experientes têm conhecimento, as gerações mais novas têm a inovação.
E essa é uma das maiores oportunidades que existem na união geracional dentro de um negócio.
No entanto, os desafios também estão presentes diante dessa troca. Embora mudem de acordo com o contexto do negócio, de modo geral o maior deles é a forma de entender a vida e mensurar valores.
E isso pode parecer subjetivo à primeira vista, mas o fato é que essas nuances podem ter grande impacto na sucessão.
Afinal, simplificadamente falando, se a geração mais nova não dá valor às mesmas coisas que as gerações mais velhas, a condução do negócio tende a ficar muito comprometida.
E aqui entra o projeto de sucessão. Ele tem o papel de identificar as pessoas cujo perfil esteja mais alinhado com os valores da empresa e com a visão de futuro que o negócio exige.
Isso nem sempre está atrelado apenas à afinidade familiar ou à linha de sangue – mas, sim, à competência, ao comprometimento e à disposição para assumir responsabilidades.
Por isso, um bom projeto sucessório considera tanto as habilidades técnicas quanto as características comportamentais dos potenciais sucessores.
Tudo isso, considerando o que é possível otimizar dentro das oportunidades geracionais.
Você confia nas próximas gerações para a sucessão?
Se confia, é hora de começar a construir esse futuro com planejamento.
E aqui, confiar significa orientar, acompanhar e preparar os sucessores com responsabilidade e método. A confiança bem aplicada é uma alavanca poderosa para o crescimento e a longevidade do negócio.
Se não confia, isso também precisa ser olhado com atenção – e sem culpa.
Falta de confiança pode estar ligada à ausência de preparo, de interesse ou até de comunicação entre as partes.
E esse é exatamente o ponto de partida para um projeto de sucessão: diagnosticar onde estão os gargalos e o que pode ser feito para corrigi-los.
Muitas vezes, a distância entre a geração atual e a próxima é menor do que se imagina. Mas é preciso ter alguém que ajude a criar essas pontes.
Como fazer um projeto de sucessão incluindo as próximas gerações
Um bom projeto de sucessão precisa ser planejado com tempo, metodologia e clareza. Isso significa que não basta esperar o momento da saída de um fundador ou uma emergência.
É possível e necessário começar o quanto antes, para desfrutar dos benefícios da organização da sucessão ainda hoje, no presente. Em outras palavras, enquanto os fundadores seguem atuantes.
De modo geral, trabalho com uma metodologia que inclui, essencialmente:
- Diagnóstico do momento atual;
- Envolvimento estruturado dos herdeiros e sucessores;
- Criação e fortalecimento da governança familiar e corporativa;
- Planejamento da transição;
Tudo, focando nas necessidades reais de cada empresa.
E com essa orientação, encerro com uma reflexão: sua empresa está aproveitando os benefícios da próxima geração para estruturar a sucessão?
Você confia em quem para continuar seu legado?
Marcia Correa
Fundadora da Metha Consultoria – Consultora em Gestão Estratégica e Governança em Empresas Familiares.