Treinamento para equipe: a verdadeira importância das competências comportamentais

Você já conheceu um profissional habilidoso e competente, mas que também era muito difícil de lidar? Esse cenário é mais comum do imaginamos.

Segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn em 2019, entre as competências mais escassas nos profissionais estão a colaboração e comunicação.

Paralelamente, 77% das empresas consideram as habilidades comportamentais tão importantes quanto as técnicas, de acordo com levantamento veiculado no jornal Valor Econômico.

Mas, porque essas competências, também conhecidas como soft skills, são tão importantes? Vamos conversar sobre isso. Acompanhe.

Baixa competência comportamental só dá certo na dramaturgia

Ele consegue diagnosticar pacientes com sintomas misteriosos observando detalhes quase imperceptíveis. O que nenhum outro médico descobre, ele desvenda. Mas é grosseiro, arrogante e indelicado.

Em uma cidade próxima, mora um detetive brilhante. Para ele, nenhuma cena de crime é indecifrável. Sua capacidade de perceber detalhes e sutilezas nos ambientes e nas pessoas são impressionantes e criminoso algum fica impune. Mas, ele é desrespeitoso, frio e soberbo.

Nesses parágrafos, talvez você tenha percebido que descrevi dois personagens famosos de séries televisivas. Doutor House, do show com seu nome, e Sherlock Holmes, de Elementary.

Ambos os programas fizeram enorme sucesso na TV porque seus protagonistas misturavam a fórmula ideal para construir um personagem cativante quase no estilo anti-herói. O profissional incompreendido, o gênio insuportável.

Mas, essa combinação só funciona na dramaturgia. Na série, no filme ou na novela, o perfil é interessante e engaja. Na vida real, a conversa é diferente.

Trabalhar com pessoas que são excelentes nas habilidades técnicas, mas muito ruins nas habilidades comportamentais, é exaustivo e prejudica o desempenho coletivo.

Trabalhar com pessoas agradáveis é mais do que confortável. É produtivo.

E na contramão dos difíceis de lidar, estão os competentes comportamentais. São pessoas educadas, respeitosas e gentis. Resumidamente, são agradáveis.

A verdade é que desejamos trabalhar com líderes, pares e subordinados que tenham habilidades técnicas, mas que também tenham soft skills aperfeiçoadas – o que vai além da gentileza, como veremos mais adiante.

Em termos menos corporativos, gostamos de pessoas competentes e leves. E não só porque é confortável e saudável. Mas, porque é produtivo.

Profissionais que têm boas habilidades comportamentais promovem uma atmosfera muito mais eficiente. Basicamente e resumidamente, isso acontece porque num ambiente com colaboradores assim há menos espaço para situações tóxicas que desviam foco e energia.

Prova disso são alguns dados que trago abaixo. Acompanhe.

A verdadeira importância das habilidades comportamentais

Desenvolver as habilidades comportamentais vai além da contribuição com o clima organizacional. E apesar de sabermos disso por experiência própria, dados acadêmicos comprovam a importância.

De acordo com um estudo conduzido pelas universidades de Harvard, Boston e Michigan, nos Estados Unidos:

  • É possível diminuir em 12% a rotatividade, além de aumentar na mesma proporção a produtividade, apenas treinando as soft skills do time.

  • É possível atingir um ROI de 250% com treinamento para desenvolver as habilidades de comunicação e solução de problemas, num conjunto de aprimoramento de soft skills.

  • Outros estudos também apontam que líderes com boas habilidades comportamentais podem aumentar em 30% o desempenho e performance da equipe.

Esses são apenas alguns estudos mostrando algo que conseguimos experimentar na prática: habilidades comportamentais são essenciais para um funcionamento produtivo da empresa.

Do líder ao liderado: 10 competências comportamentais fundamentais

Existem algumas soft skills indispensáveis. Separei 3 para discorrer e listo mais 7 para que você e sua equipe tenham em mente. Veja.

Comunicação assertiva

Essa é uma das habilidades mais importantes. Muitos líderes, inclusive, fazem confusão quanto à assertividade da comunicação. Não se trata de uma postura grosseira e desrespeitosa. Mas, significa passar informações com clareza e objetividade, conservando a serenidade e o respeito durante o discurso.

Inteligência emocional

No contexto profissional, a inteligência emocional é a capacidade de administrar as emoções que surgem durante as rotinas de trabalho.

Deixar-se levar por ansiedade, frustração ou raiva, frequentemente leva a decisões mal tomadas e conversas desagradavelmente desnecessárias.

Cultivar o hábito de processar os sentimentos antes de dar um feedback, além de escolher bem postura e palavras, poupa muito as relações e colabora com o encontro da solução.

Ética

A ética é uma soft skill fundamental para todos os âmbitos da vida. Na empresa, não seria diferente. Vai desde a forma como o profissional lida com suas tarefas e com as informações que tem em mãos, até as escolhas simples das relações interpessoais – como passar uma fofoca para frente, por exemplo. A ética faz uma potente diferença no ecossistema.

Ainda, vale a pena desenvolver as seguintes competências:

  • Empatia;
  • Trabalho em equipe;
  • Gerenciamento de tempo;
  • Vontade de aprender;
  • Gestão de conflitos;
  • Pensamento crítico;
  • Negociação.

Como desenvolver competências comportamentais na liderança e no time

Por fim, pensar que tais competências são natas e não podem ser desenvolvidas e treinadas é um erro comum. Esse tipo de habilidade comportamental pode sim ser ensinado, nutrido e aprimorado entre todos – dos líderes aos subordinados.

Na Metha Consultoria, por exemplo, os treinamentos de competências comportamentais para líderes e time englobam as principais dificuldades e necessidades de cada empresa. O foco é desenvolver essas soft skills nos profissionais. E os resultados são surpreendentes.

Por isso, a dica é: treinamento com especialistas. Certamente, o time todo vai agradecer.

Marcia Correa
Fundadora e consultora da Metha Consultoria e escritora no blog Marcia Correa.

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